Teoria e prática na construção do conhecimento em administração

Abdulah Bubacar Djaló, Mário Procopiuck
DOI: https://doi.org/10.5329/RECADM.20100901007

Texto completo:

Artigo

Resumo

O objetivo principal deste ensaio é centrado na tese de que a divisão dos estudos organizacionais em teoria organizacional e em prática organizacional não está contribuindo para o desenvolvendo de conhecimentos na área das ciências da administração. Para tal, iniciamos abordando as formas subjetivista e objetivista de conhecimento e sobre três modelos de conhecimento teórico, com o intuito de evidenciar como esta divisão tem desencorajado o desenvolvimento de conhecimentos mais adequados à teoria das organizações. Posição essa, em seguida, sustentada mediante da discussão sobre as visões fenomenológicas e pós-estruturalistas de construção do conhecimento.  Concluímos o ensaio com breves considerações sobre o processo organizacional, levantando sugestões sobre possibilidades de ampliação e melhor aproveitamento do conhecimento se relegada a segundo plano a divisão putativa entre teoria e prática na área de estudos organizacionais.

 

 

 


Palavras-chave

Teoria organizacional; comportamento organizacional; conhecimento cientifico; estruturalismo; subjetivismo e objetivismo


Compartilhe


Referências


ASHFORTH, B. E. e FRIED, Y. The mindlessness of organizational behaviors. Human Relations, v. 41, n. 4, p.

-329, 1988.

ASTLEY, W. G.; ZAMMUTO, R. F. Organization science, managers, and language games. Organization Science, v. 3, n. 4, p. 443-460, 1992.

AUDET, M. Le procès des connaissances de l’administration. In: AUDET, M.; MALOUIN, J. (Eds.). La production des connaissances scientifiques de l’administration. Quebec: Université Laval, 1986. p.23-56.

BARLEY, S. R. Technology as an occasion for structuring: evidence from observations of CT scanners and the social order of radiology departments. Administrative Science Quarterly, v. 31, n. 1, p. 78-108, 1986.

BARLEY, S. R. The alignment of technology and structure through roles and networks. Administrative Science Quarterly, v. 35, n. 1, p. 61-103, 1990.

BERGER, P. L. e LUCKMANN, T. The social construction of reality: A treatise in the sociology of knowledge. Garden City: Doubleday, 1966.

BLAIKIE, N. Approaches to social inquiry: advancing knowledge. 2. ed. Cambridge: Blackwell Publishers, 2007.

BOURDIEU, P. The three forms of theoretical knowledge. Social Science Information, v. 12, n. 1, p. 53-80,1973.

BOURDIEU, P. Outline of a theory of practice. Cambridge: Cambridge University Press, 1977.

BOURDIEU, P. Men and machines. In: KNORR-CETINA, K.; CICOUREL, A. V. (Eds.). Advances in social theory and methodology: toward and integration of micro-and macro sociologies. Boston: Routledge, 1981. p. 304-317.

BOURDIEU, P. The logic of practice. Cambridge: Polity Press, 1990.

CHIA, R.; MACKAY, B. Post-processual challenges for the emerging strategy-as-practice perspective: Discovering strategy in the logic of practice. Human Relations, v. 60, n. 1, p. 217-242, 2007.

CLEGG, S. R.; HARDY, C. Introdução: organização e estudos organizacionais. In: CLEGG, S.; HARDY, C; NORD,. D. (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999. p. 27-57. 3v.

ETZIONI, A. Organizações modernas. 8. ed. São Paulo: Pioneira, 1989.

FOUCAULT, M. Madness and civilization: a history of insanity in the age of reason. New York: Vintage Books, 1965.

FOUCAULT, M. The history of sexuality: An introduction. New York: Vintage Books, 1978.

GARFINKEL, H. Studies in ethnomethodology. Englewood Cliffs: Prentice Hall, 1967.

GEPHART JR., R. P. Status degradation and organizational succession: an ethnomethodological approach. Administrative Science Quarterly, v. 23, n. 4, p. 553-581, 1978.

GERGEN, K. J. Toward transformation in social knowledge. New York: Springer-Verlag, 1982.

GIOIA, D. A.; POOLE, P. P. Scripts in organizational behavior. Academy of Management Review, v. 9, n. 3, p. 449-459, 1984.

HODGKINSON, G. P.; CLARKE, I. Exploring the cognitive significance of organizational strategizing: A dualprocess framework and research agenda. Human Relations, v. 60, n. 1, p. 243-255, 2007.

HONNETH, A.; KOCYBA, H.; SCHWIBS, B. The struggle for symbolic order: an Interview with Pierre Bourdieu. Theory, Culture and Society, v. 3, n. 3, p. 35-51, 1986.

ILGEN, D. R.; KLEIN, H. J. Organizational behavior. Annual Review of Psychology, v. 40, p. 327-351, 1989.

ILLICH, I. Tools for conviviality. New York: Harper & Row, 1973.

KING, G.; KEOHANE, R. O.; VERBA, S. Designing social inquiry: scientific inference in qualitative research. Princeton: Princeton University Press, 1996.

LEFEBVRE, H. Reflexões sobre o estruturalismo e a história. In: ESCOBAR, C. H. (Ed.). O método estruturalista. Rio de Janeiro: Zahar, 1967.

LÈVI-STRAUSS, C. Aula inaugural. In: LIMA, L. C. (Ed.). O estruturalismo de Lèvi-Strauss. 2. ed.. Petrópolis: Vozes, 1970. p.45-77.

LINHARES, T. Introdução ao mundo do romance. São Paulo: José Olympio, 1953.

LINSTEAD, S.; GRAFTON-SMALL, R. On reading organizational culture. Organization Studies, v. 13, n. 3, p. 331-355, 1992.

LORD, R. G.; FOTI, R. J. Schema theories, information processing, and organizational behavior. In: SIMS, H. P.; GIOIA, D. A. (Eds.). The thinking organization. New York: Jossey-Bass, 1986. p.20-48.

MARSDEN, R.; TOWNLEY, B. Introdução: a coruja da Minerva: reflexões sobre a teoria na prática. In: CLEGG, S.; HARDY, C; NORD,. D. (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999. p.31-56. 3v.

MATTOS, P. L. C. L. de. Teoria administrativa e pragmática da linguagem: perspectivas para problemas que afligem as relações entre acadêmicos e consultores, educadores e educandos. Revista de Administração Contemporânea, v. 7, n. 2, p. 35-55, 2003.

MERLEAU-PONTY, M. The primacy of perception and other essays. New York: Northwestern University Press, 1964.

MOSER, P. K., (Ed). The Oxford handbook of epistemology. Oxford: Oxford University Press, 2002. p. 566.

NORD, W. R.; FOX, S. O indivíduo nos estudos organizacionais: o grande ato de desaparecimento? In: CLEGG, S.; HARDY, C; NORD,. D. (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999. p. 186-225. 3v.

OSTSMAN, O. Mudar o trabalho: as experiências, os métodos, as condições de experimentação social. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1978.

POWELL, W. W.; DiMAGGIO, P. J. The new institutionalism in organizational analysis. London: University of Chicago Press, 1991.

PROCOPIUCK, M.; FREY, K. Articulações organizacionais em redes de políticas públicas no ciberespaço: o caso da política de difusão social de TICS em Porto Alegre e Curitiba. Organizações & Sociedade, v. 16, n. 51, p. 687-706, 2009.

REED, M. Teorização organizacional: um campo historicamente contestado. In: CLEGG, S.; HARDY, C; NORD,. D. (Orgs.). Handbook de estudos organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999. p.61-98. 3v.

RORTY, R. Contingency, irony, and solidarity. Cambridge: Cambridge University Press, 1989.

SAUTU, R. et al. Manual de metodología: construcción del marco teórico, formulación de los objectivos y elección de la metodología. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

SCHÜTZ, A.; LUCKMANN, T. The structures of the life-world. Evanston: Northwestern University Press, 1973.

STURROCK, J. Structuralism. London: Paladin, 1986.

THIRY-CHERQUES, H. R. Pierre Bourdieu: a teoria na prática.

Revista de Administração Púbica, v. 40, n. 1, p. 27-55, 2006.

THOMPSON, J. B. Editor’s Introduction. In: BOURDIEU, P. (Ed.). Language and symbolic power. Cambridge: Polity Press, 1991. p.1-31.

TILLY, C.; GOODIN, R. E. It depends. In: GOODIN, R. E.; TILLY, C. (Eds.). The Oxford handbook of contextual political analysis. Oxford: Oxford University Press, 2006.

VIET, J. Métodos estruturalistas nas ciências sociais. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1967.

WEICK, K. E. Agenda setting in organizational behavior: a theory-focused approach. Journal of Management Inquiry, v. 1, n. 3, p. 171-182, 1992.




Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.