ESCALA DE VALORES DE APRENDIZAGEM EM ORGANIZAÇÕES: VALIDAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE MEDIDA

Antonio Isidro Filho
DOI: https://doi.org/10.5329/RECADM.20100902003

Texto completo:

Artigo

Resumo

O presente estudo teve por objetivo o desenvolvimento e validação da Escala de Valores de Aprendizagem em Organizações (EVAO). A partir da Learning Values Scale de Ellis et al.  (1999), composta dos fatores responsabilidade, transparência, informação válida e orientação, foi realizada a tradução dos itens da língua inglesa para o português e adequação de linguagem para a cultura brasileira. Feito isso, realizou-se a análise de conteúdo (construto) e semântica dos itens, sendo que dos 35 itens originais 25 permaneceram para validação empírica da escala. 522 funcionários de uma instituição financeira com sede em Brasília/DF responderam ao instrumento de pesquisa. Após as análise fatoriais, identificou-se a melhor solução (rotação Oblimin) com 3 fatores, que revelou o índice Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) de 0,93. Os fatores foram denominados: Responsabilidade e Abertura à Aprendizagem (12 itens, α = 0,90), Transparência no Desempenho no Trabalho (4 itens, α = 0,78) e Integridade e Igualdade no Trabalho (9 itens, α = 0,85). Concluindo o estudo, descreve-se recomendações para futuras pesquisas visando o melhoramento da escala validada, bem como a realização de estudos que verifiquem as relações entre valores de aprendizagem em organizações com outras variáveis da literatura de comportamento organizacional.


Palavras-chave

Valores de Aprendizagem; aprendizagem em organizações; comportamento organizacional; escala de medida


Compartilhe


Referências


ARMSTRONG, A.; FOLEY, P. Foundations for a learning organization: organizational learning mechanisms.

The Learning Organization, v. 10, n. 2/3, p. 74-82, 2003. doi:10.1108/09696470910462085.

BASTOS, A. V. B.; GONDIM, S. M. G.; LOIOLA, E. Aprendizagem organizacional versus organizações que aprendem: características e desafios que cercam essas duas abordagens de pesquisa. Revista de Administração da USP, v. 39, n. 3, p. 220-230, jul./ago./set., 2004.

DUNCAN, W. J. Organizational culture: 'getting a fix' on an elusive concept. The Academy of Management Executive, v. 3, n. 3, p. 229-236, 1989.

EASTERBY-SMITH, M. Disciplines of organizational learning: contributions e critiques. Human Relations, v. 50, n. 9, p. 1085-1113, 1997. doi:10.1177/001872679705000903.

EASTERBY-SMITH, M.; ARAUJO, L. Aprendizagem organizacional: oportunidades e debates. In: EASTERBY-SMITH, M; BURGOYNE, J.; ARAUJO, L. (Orgs.). Aprendizagem organizacional e organização que aprende: desenvolvimento na teoria e na prática. São Paulo: Atlas, p. 15-34, 2001.

ELLIS, S.; CARIDI, O.; LIPSHITZ, R.; POPPER, M. Perceived error criticality and organizational learning: an empirical investigation. Knowledge and Process Management, v. 6, n. 3, p. 166-175, 1999.

doi:10.1002/(SICI)1099-1441(199909)6:3<166::AID

KPM65>3.0.CO;2-S.

GARVIN, D. A. Aprendizagem em ação: um guia para transformar sua empresa em uma learning organization. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2002.

GHERARDI, S.; NICOLINI, D. The sociological foundations of organizational learning. In: DIERKES, M.; ANTAL, A. B.; CHILD, J.; NONAKA, I. Handbook of organizational learning and knowledge. Oxford: Oxford University Press, 2003. p. 35-60.

GÜNTHER, H. Como elaborar um questionário. In: PAQUALI, L. (Org.) Instrumentos psicológicos: manual prático de elaboração. Brasília: LabPAM, 1999. p. 231-258.

HOFSTEDE, G.; NEUIJEN, B.; OHAYV, D. D.; SANDERS, G. Measuring organizational cultures: a qualitative and quantitative study across twenty cases. Administrative Science Quarterly, v. 35, n. 2, p. 286-316, 1990. doi:10.2307/2393392.

HOFSTEDE, G. Culturas e organizações: compreender a nossa programação mental. Lisboa: Silabo, 1991.

ISIDRO-FILHO, A. Mecanismos e cultura de aprendizagem em organizações: análise de suas relações com liderança em uma organização financeira. 2006. 140f. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade de Brasília, Brasília.

LIPSHITZ, R.; POPPER, M.; FRIEDMAN, V. J. A multifacet model of organizational learning. The Journal of Applied Behavioral Science, v. 38, n.1, p. 78-98, 2002. doi:10.1177/0021886302381005.

NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. 14. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

PASQUALI, L. Psicometria: teoria e aplicações. Brasília: Universidade de Brasília, 1997.

PASQUALI, L. Testes referentes a construto: teoria e modelo de construção. In: PASQUALI, L. (Org.). Instrumentos psicológicos: manual prático de elaboração. Brasília: LabPAM, 1999. p. 37-72.

PASQUALI, L. Análise fatorial para pesquisadores. Brasília: LabPam & UnB, 2005.

POPPER, M.; LIPSHITZ. Organizational learning mechanisms: a structural and cultural approach to organizational learning. The Journal of Applied Behavioral Science, v. 34, n. 2, p. 161-179, 1998. doi:10.1177/0021886398342003.

SILVA, N.; ZANELLI, J. C. Cultura organizacional. In: ZANELLI, J. C.; BORGES-ANDRADE, J. E.; BASTOS, A. V. B. (Orgs.). Psicologia, organizações e trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2004. p. 407-442.

SOMECH, A.; DRACH-ZAHAVY, A. Exploring organizational citizenship behaviour from an organizational perspective: the relationship between organizational learning and organizational citizenship behaviour. Journal of Occupational and Organizational Psychology, v. 77, p. 281-298, 2004. doi:10.1348/0963179041752709.

TABACHNICK, B. G.; FIDELL, L. S. Using multivariate statistics. New York: HarperCollins College Publishers, 2001.

TROMPENAARS, F. Nas ondas da cultura: como entender a diversidade cultural nos negócios. São Paulo: Educator, 1994.

WEICK, K. E.; WESTLEY, F. Organizational learning: affirming an oxymoron. In: CLEGG, S. R.; HARDY, C.; NORD, W. R. (Eds.). Handbook of organization studies. London: Sage, 1996. p. 440-458.

WILPERT, B. Organizational behavior. Annual Review of Psychology, v. 46, p. 59-90, 1995. doi:10.1146/annurev.ps.46.020195.000423. PMid:18767984.




Licença Creative Commons
Esta obra está licenciada sob uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional.