Verticalização e competitividade na cadeia de suprimentos do setor de aparelhos celulares no Brasil: um estudo comparativo entre Motorola e Gradiente

Fabio Castanheira, Luiz Carlos Di Serio, Gilnei Luiz de Moura, Guilherme Silveira Martins
DOI: https://doi.org/10.5329/RECADM.20111001002

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Artigo

Resumo

A dinâmica da cadeia de telefones celulares tem se modificado nos últimos anos, no sentido de formação de estruturas cada vez mais desverticalizadas. Tal fenômeno pode vir a mudar toda cadeia de valor num futuro próximo, favorecendo a entrada de novas empresas, ao mesmo tempo em que coloca novos desafios aos tradicionais participantes do setor. Este trabalho procura identificar as relações causais entre verticalização e competitividade para a cadeia de aparelhos celulares no Brasil. Para tanto, foram analisados dois casos contrastantes: o caso da Motorola, com modelo tradicional - verticalizado; e o caso da Gradiente, com modelo inovador em sua concepção da cadeia de valor - desverticalizado. A coleta de dados foi extensa, incluindo entrevistas com representantes-chave da indústria, questionários estruturados, análise documental e observação participante. Algumas das evidências encontradas foram à contínua modularização das arquiteturas de produto, a baixa especificidade dos ativos, as possibilidades de compra de escala de terceiros, a diminuição dos custos de coordenação, o surgimento de players de nicho, a stagnização de uma grande parte dos segmentos de mercado, as baixas barreiras de entrada para novos competidores e os poderosos compradores que têm interesse no fomento de novos fornecedores.


Palavras-chave

Estratégia; Verticalização; Competitividade; Cadeia de suprimentos; Indústria de telefones celulares


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