Gestão ambiental nas empresas de capital aberto do segmento ‘Novo Mercado’: discutindo a homogeneidade e heterogeneidade de práticas à luz da teoria institucional

Vivianne Pereira Salas Roldan, Augusto Cézar de Aquino Cabral, Maria Naiula Monteiro Pessoa, Sandra Maria dos Santos, José Flávio Vasconcelos Alves
DOI: https://doi.org/10.5329/RECADM.20121102003

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Artigo

Resumo

O objetivo geral deste estudo foi analisar o comportamento das empresas de capital aberto, do segmento ‘Novo Mercado’ da BM&FBovespa, quanto à adoção de práticas de gestão ambiental, à luz da teoria institucional. Em síntese, os objetivos específicos da pesquisa analisam a tendência para a homogeneidade e heterogeneidade de práticas ambientais das empresas, sua relação com a abordagem de gestão ambiental e com as pressões ambientais evidenciadas, dando destaque especial para o setor de Construção. É uma pesquisa descritiva, bibliográfica e documental, de abordagem quantitativa. Os dados foram obtidos a partir dos websites e relatórios anuais das empresas, de 2009 e 2010. Constatou-se que 66,7% das 123 empresas do Novo Mercado adotam práticas ambientais. Quanto à abordagem de gestão ambiental, 58,5% dessas empresas são proativas, 28% reativas, e 13,4% preventivas. Verificou-se que quanto mais proativa a abordagem de gestão ambiental, mais diversificadas são as pressões ambientais, e maior é a possibilidade de existir isomorfismo entre as empresas quanto à adoção de práticas sustentáveis, assim como heterogeneidade. Na análise do setor de construção, constatou-se essas possibilidades destacadas, sendo as práticas homogêneas e heterogêneas desse campo detalhadas e discutidas no estudo.

 

 


Palavras-chave

Teoria institucional; Pressões ambientais; Gestão Ambiental


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