Ecofeminismo na Amazônia: análise das práticas e perspectivas de lideranças femininas para o alcance dos objetivos do desenvolvimento sustentável
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Antes que as primeiras conferências globais começassem a se reunir para tratar sobre as consequências e os efeitos socioambientais, as mulheres já denunciavam o desflorestamento, o uso de agrotóxico, a violência da guerra e da energia nuclear, como também se manifestavam contra as tragédias e calamidades ocorridas por responsabilidade humana. O presente estudo visou analisar as práticas e o discurso de lideranças femininas atuantes na Amazônia e sua relação com o desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, descritiva, baseada na Teoria Fundamentada nos Dados, e realizada a coleta de dados a partir da amostragem não probabilística “Snowball” com obtenção de oito entrevistadas. A discussão dos resultados foi dividida em duas categorias: “Práticas e perspectivas ecofeministas”, e "Ações que cooperam para a consecução da Agenda 2030”. Ao analisar a prática e o discurso de lideranças femininas atuantes na Amazônia, foi possível descrever as principais práticas e perspectivas ecofeministas nas causas ambientais, ligadas às atividades agrícolas e extrativistas, à educação ambiental e uso das mídias sociais, ressaltando um viés local fator-chave ao complementar a atuação planetária; e evidenciou de que forma as ações desempenhadas pelas mulheres cooperaram para a consecução da Agenda 2030. contribuindo ao marco histórico da agenda ambiental e ao desenvolvimento sustentável. Este trabalho evidencia como a atuação da liderança feminina na região Amazônica desempenha ações fundamentais que interseccionam a natureza, a dignidade humana, a igualdade de gênero, o meio social e o econômico, contribuindo com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS).
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